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Por Lucía Wasserman

Em 1967, apos permanencia de cinco meses no Ulpan Ben Yehuda em Natania, e a inesperada Guerra dos Seis dias, resolvimos nos estabelecer definitivamente em Israel, e como novos imigrantes, escolhemos o bairro “distante” de  Zahala para morar.

Desde então lá vivemos. Um bairro que começou modesto nos anos 50,

do seculo passado, como bairro de militares, cresceu, se expandiu, e hoje mais proximo a Tel Aviv, é muito procurado.

Depois de algumas mudanças, vivendo em casas e pagando aluguel, adquirimos nossa “vila” de esquina, com duas entradas, e dois endereços. Cercada de um muro baixo de pedras, e altas arvores que cresceram como nos, sem portões ou cercas.

Todos tem acesso a ela, com exceção dos ladrões, temerosos de serem detectados pelas inumeras cameras fotográficas, plantadas em nosso jardim, pelo serviço de segurança do bairro cuja finalidade é proteger

seus moradores.

A casa, construida ha mais de setenta anos, passou por grandes e pequenas reformas, mas é ampla e confortável um verdadeiro “chinelo” velho, usado e abusado pelos anos de vivencias e estoria.

Ao lado da entrada, junto ao jardim há um pequeno terraço, e tal como

um promontório ”de lá de cima” vejo e acompanho o movimento dos carros, e dos pedestres, alguns acompanhados de seus cachorros, a maioria vizinhos conhecidos.

Sentada numa cadeira de descanso que permanentemente me aguarda, olho em volta e vejo todo o verde que me cerca. Arvores, vasos floridos, trepadeiras.  Dificil acreditar que vivo num pais semi-desertico… Ha anos atrás deste mesmo terraço via-se o mar de Tel Aviv, e campos verdes, virgens, nos cercavam. Atualmente predios altos distantes tiraram a vista previlegiada, e moradores novos em modernos palacetes substituiram os “veteranos” e as antigas casas.

Meu terraço muda de cara durante as estações e as diferentes épocas do ano.  Durante o inverno os galhos desnudos das folhas deixam penetrar os raios de luz e de sol que aquecem nossos corpos expostos e sedentos de calor.  Durante a primavera, tudo são cores e cheiros, que se mesclam com aqueles do florir dos laranjais vizinhos. Quando chega a data Nacional da proclamação do Estado, as bandeiras hasteadas dançam ao sabor da brisa permanente.  E durante o verão rego os vasos sedentos de água e me “banho” com a mangueira tal qual uma criança. Com a chegada do outono as cores que me cercam tornam-se pálidas, cinzentas e cansadas ansiam impacientes pelas primeiras chuvas que devem chegar.

É la que me isolo com minhas leituras dos jornais diários, minha musica predileta , livros, e me entrego totalmente aos momentos de lazer. A minha volta os pássaros voam e  cantam, e noto as pequenas flores que brotaram das frageis mudas que plantei. Um cantinho bucólico, dentro de um bairro que era calmo e tranquilo, dentro de uma cidade que aos poucos tornou-se uma “metrópole “

Agora há vida, movimento, ruido de carros, onibus, e caminhões que circulam levando materiais de construção, que contrastando a cenas de campos bucólicos, imaginaveis e existentes, é contentar-se com”pouco”, mas é o que me cerca e tenho ao meu alcance, e isto me faz feliz.

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