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Por Lucía Wasserman

Nacida em pais tropical, e vivendo no Oriente Medio, com mais de 50 anos, resolvi aprender Ski.

Hospedada numa ex-clinica para tuberculosos -hoje um belo hotel reformado- onde Thomas Mann se inspirou para escrever a “Montanha Mágica”, quiz sentir os ares invernais e atravessar os Alpes Suiços deslizando sobre duas laminas de ski.

Do terraço de meu quarto olhava estasiada a paisagem branca das altas montanhas que me rodeavam, onde miniaturas humanas deslizavam tal  como formigas num açucareiro, esquecido aberto  sobre a mesa de chá.

Inscrevi-me no grupo dos principiantes. Nossa treinadora uma linda suiça, exigente no cumprimento dos horarios e perfeicionista no ensino dos exercicios, afirmava que em tres dias estariamos aptos a esquiar e desbravar vales e montanhas geladas.

Não foi simples. Aprendizado pela manhã e pela tarde. No fim do dia sentia-me exausta. Mas o frio e o sol e uma super dose de adrenalina que me acompanhava,  me davam vitalidade.

Deslizava sobre os skis apoiada em dois bastões, um em cada mão.

Num dos treinos não pude evitar descer uma alta montanha, fechei os olhos, me arrisquei. Com o coração desenfreado pensei, “seja o que Deus quizer” fui em frente e cheguei quase sem folego. Meus companheiros bateram palmas. A vontade de progredir era grande. Tinha que continuar a maravilhosa experiencia. Provar a mim mesma que era capaz.

A um certo momento, numa curva inocente, quando começou a nevar  fortemente, perdi o equilíbrio e caí sobre a neve. Bastões, esquis  se espalharam ao meu redor.  O grupo avançou. Perdi-os de vista. Quiz me levantar, as pernas não ajudavam.

Vi-me so ,incapacitada. Assustada gritava, ninguem me ouvia. Estava angustiada. Os flocos de neve cada vez mais volumosos. O ceu cor de aço cinzento. A noite chegava.

Perdi a nocão do tempo. A espera de alguma ajuda pareceu uma eternidade… Ate que fui surprendida pelo grupo de resgate alpino. Duas pessoas munidas de lanternas e cordas, puxando uma maca hospitalar de montanha vieram ao meu encontro.

Emocionada, disfarcei meu desespero, sorri, agradeci meus “salvadores”. As lágrimas corriam. Ageis e profissionais me prenderam a “cama” alpina . Me desceram da montanha deitada, atada e imovel. Eu tremia de medo, emoção e um  frio inusitado invadia meu corpo. Em poucos minutos entrava no ambulatorio local. La recebi os primeiros socorros.

Voltei para casa apoiada em duas muletas. A temporada de ski foi curta e trágica. Uma inesquecivel experiencia que não voltei a praticá-la. Tinha pela frente meses de intensa fisioterapia.

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