Mãos, simplesmente… mãos.
Mãos captadas no primeiro olhar.
Mãos efémeras, pequenas, quase transparentes,
Mãos que agarraram o peito, sugaram o leite materno
Mãos que se apoiaram nos primeiros passos,
Mãos que se levantaram e pediram colo,
Mãos que jogaram a primeira bola
Mãos que escreveram as primeiras letras,
Mãos que desenharam o primeiro sol
Mãos que seguraram mãos e dançaram,
Deram as mãos e atravessaram,
se apoiaram, subiram montanhas
Mãos que reagiram ao primeiro golpe, e jogaram a primeira pedra
Mãos que se tocaram, se despiram, se conheceram e se amaram,
Mãos calorosas que abraçaram,
Mãos talentosas que escreveram obras
Esculpiram e pintaram,
Mãos laboriosas que trabalharam a terra, plantaram
Mãos que moveram montanhas, construiram monumentos
Mãos cirúrgicas que salvaram
Mãos que assinaram Sentenças e determinaram destinos
Mãos que rezaram e suplicaram,
Mãos caridosas que deram
Mãos gatunas que roubaram
Mãos que se juntaram e rezaram
Mãos de aneis de ouro e brilhantes.
Num ato de carinho ele apoia sua mão sobre a dela,
Mãos nuas, ternas, calorosas.
Dedos de unhas rudes se entrelaçam
Ela observa as mãos,
Mãos marcadas pelo tempo, enrugadas manchadas.
Mãos usadas e vividas.
Benditas mãos!
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