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Por Marcos Wasserman

“Brasil, meu Brasil brasileiro, abençoado por Deus…” 

Essa música, cantarolando em meu coração, despertou na minha memória saudosas recordações. Nas atuais circunstâncias, de figuras brasileiras que passaram para a História, como a brasileira Aracy Guimarães Rosa.

Fiz uma pequena pesquisa. Ela, paranaense, filha de mãe alemã, após divorciar-se foi para a Alemanha, onde, pelo fato de dominar vários idiomas, assumiu a chefia da Seção de Passaportes do Consulado do Brasil de Hamburgo. 

Em pleno regime nazista, ela decidiu emitir vistos e ajudar judeus a imigrar para o Brasil, ignorando as instruções que estavam então em vigor: a famigerada circular secreta 1127, no Governo de Getúlio Vargas, que restringia a sua entrada no Brasil.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, uma judia sobrevivente tornou pública a atividade humanitária da Aracy, cujos feitos eram até então pouco divulgados. Resultou que ela obteve o merecido reconhecimento.  

Por volta de 1980, tive a honra de conhecê-la pessoalmente, e pude acompanhá-la à Jerusalém, onde foi reconhecida e agraciada com o título de “Justa entre as Nações”, homenagem prestada aos gentios que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto. 

A propósito, posteriormente vim a saber que, além dela, o único a receber tal título em Israel foi o diplomata Luiz Martins de Souza Dantas, que também concedeu vistos, salvando vidas de judeus.

Há uma fraternidade histórica entre o Brasil e os judeus, desde a época do descobrimento e do período colonial, anteriores à independência do país. 

O Brasil teve uma atuação única no reconhecimento do Estado de Israel, através de Oswaldo Aranha, quem, representando o Brasil e presidindo a Assembleia Geral da ONU, bateu o martelo, com entusiasmo quase patriótico, fazendo com que Israel passasse a existir de fato e de direito.

O nome de Oswaldo Aranha está gravado numa rua central na área onde se localizam repartições públicas governamentais em Tel Aviv. 

Nos anos 80 do século passado, por sugestão do falecido jornalista Nahum Sirotsky, que exercia então uma função consular na Embaixada do Brasil em Israel, tomei a iniciativa de conseguir que fosse dado o nome “Brasil” a uma importante rua de uma elegante área de Ramat Aviv, o que foi possível graças ao apoio do então Prefeito de Tel Aviv. 

Compareceram ao ato o então Embaixador do Brasil, Meira Penna, e altas autoridades. A cerimônia foi abrilhantada por uma banda de música que entoou os hinos nacionais do Brasil e de Israel. 

Em Israel, o nome Brasil provoca sensações agradáveis. Falar com alguém sobre o Brasil é provocar, de imediato, um simpático sorriso.

Em 2010, o então Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva visitou Israel e foi recebido com todas as honras e pompas pelo já então Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

Obviamente que as relações entre ambos os países se estreitaram e se fizeram sentir em todas as áreas, e a visita teve notáveis repercussões. 

De repente ocorreu o inusitado. Os 75 anos de amizade bilateral sofreram um impacto inimaginável, com um pronunciamento do mesmo Presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ao contrário do que ele havia proclamado em sua última visita em 2010, desta vez, das terras brasilienses, inóspitas ondas foram emitidas, gerando um clima antagônico à amizade perene que parecia existir.

O que aconteceu? Convém repetir mil vezes. 

Israel, em sua plataforma socialista de então, inventou as sociedades agrícolas coletivas, denominadas Kibutzim, que foram alvos de apoio e simpatia.

Os Kibutzim evoluíram e se adaptaram às novas mudanças do país, livre de injunções ideológicas extremistas. Um orgulho nacional.

Pois foi aí, ao sul de Israel, numa área com vários Kibutzim, que o ataque covarde aconteceu. Os trágicos resultados se fizeram sentir. Quando Israel se defendeu, legitimamente, e contra-atacou, passou, ironicamente, de vítima a vilão.  

Daí as ondas caluniosas dos que odeiam Israel e os judeus. 

Para eles, o grupo terrorista Hamas é o seu herói.

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